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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A arte de viver bem

Olavo de Carvalho em “O imbecil coletivo”,
escreveu uma preciosidade sobre a tagarelice nossa de cada dia:
“(...) é talvez o pecado original da cultura contemporânea,
onde cada homem é obrigado, pela pressão exterior,
apagar de seu coração tudo aquilo
que não seja confirmado pelo falatório do povo,
até chegar à suma degradação de se ignorar por completo
e de ter de ir à butique esotérica psicoterapeutica da moda
na esperança de comprar o último modelo de autoconhecimento.

” AUTOCONHECIMENTO" – creio que seja esta
a verdadeira arte de viver bem.
E, longe de querer “vender um modelo”,
sugiro que analise o que está mais presente em seu coração.
- Qual o grau de influência, em sua vida,
daquilo que você ouve falar? O que você faz com o que ouve?.
Está certo que o aprendizado
se dá com a interação,
com a internalização e assimilação
de nossas conversas com o “outro”.
Mas devemos estar atentos ao que fazemos com o que ouvimos.

Conversando com um grande amigo sobre
uma atitude após ouvir uns comentários inaceitáveis,
causadores de “náuseas”, disse-lhe ter ouvido,
vindo pra casa, tomado um bom banho e olhado no espelho
procurando uma luz para afirmar: “Que bom que penso diferente”.
É por isso que insisto na busca pelo equilíbrio.

Quando temos consciência de nós mesmos,
não nos deixamos levar facilmente.
Podemos até tagarelar, mas, as decisões partirão
da nossa tagarelice com nosso espelho.
Ao menos que queiramos culpar os outros pelas nossas escolhas.

Acredito tanto que “As paisagens que vemos é a nossa Alma,
porque nós vemos aquilo que somos” (Nietzsche),
que até a nossa língua portuguesa faz isso com a gente:
Você diz “ESPELHO” e cada um interpreta de um jeito.
Para uns, significa olhar literalmente para si
e enfrentar seus medos, suas angustias, suas ansiedades,
suas derrotas, suas vitórias
quer coisa mais difícil que enfrentar uma vitória?)
... Para outros, significa buscar
alguém a quem se possa espelhar.

E, indo mais além ainda, jamais poderia deixar de citar
o que aprendi com o Senhor Murilo Badaró,
com os ensinamentos de Padre Antônio Vieira (1655)
“Cada homem para ver a si mesmo são necessárias três coisas”:

- Olhos
– Espelho
– Luz.

Poxa vida! Pense comigo como é, no mínimo,
interessante compreender
que precisamos conhecer a nós mesmos.
Nenhuma decisão será acertada
se não estivermos bem preparados para tomá-la.
E, a arte de viver bem é simplesmente
saber o que se quer da vida,
e, somente quem se conhece sabe o que quer.

Seu coração é capaz de lhe dizer o que
é que se você fizesse lhe daria alegria?

Marli Cordeiro de Andrade
Psicopedagoga – Psicanalista
CNP – ESPO nº 0705-59

artigo publicado na revista Sou+Minas.Net em setembro de 2010

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